tag:blogger.com,1999:blog-70183213783488046262024-03-12T22:46:31.052-03:00Mandrião"It was just the time that was wrong, Juliet..."Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-85762121624439853522010-05-04T09:07:00.000-03:002010-05-04T09:08:14.413-03:00Eu esperarei pelo inverno.<div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Eu esperarei pelo inverno.</div><div>Pelo frio, pelo vento, pelo clima,</div><div>Pela luz, sorrisos, pela neblina,</div><div>Eu esperarei pelo inverno.</div><div><br /></div><div>Eu esperarei pelo inverno</div><div>E por tudo que o inverno trouxe, e traz.</div><div>Por tudo que já esteve aqui, por mais</div><div>Eu esperarei pelo inverno.</div><div><br /></div><div>Eu esperarei pelo inverno.</div><div>Dias felizes, noites agitadas,</div><div>Beleza nos olhares, alegria nas risadas,</div><div>Eu esperarei pelo inverno.</div><div><br /></div><div>Esperarei mais um inverno.</div><div>Mesmo que não caia neve,</div><div>Mesmo que a espera não seja breve,</div><div>Esperarei mais um inverno.</div><div><br /></div><div>É só ter paciência, e esperar</div><div>Para sentir de novo seu afago terno.</div><div>É só ter paciência, e esperar</div><div>Só mais um inverno.</div><div>---</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: right;">Eu esperarei pelo inverno. - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-84242608261223891662010-04-01T13:03:00.005-03:002010-04-01T13:21:16.300-03:00Menina Azevedo de Oliveira.<div>Esse não é um post com pegadinha de 1º de abril. </div><div>Essa semana foi a pior em muito tempo.<div>Ainda não estou totalmente bem da dengue, e foi paulada atrás de paulada, e uma pior do que a outra, desde domingo, mais forte, e mais forte, e mais forte.</div><div><br /></div><div>A mais recente, e uma das mais doloridas (e vejam vocês, ainda era só quarta-feira), foi saber que minha cachorrinha, Menina, tinha morrido no final da manhã. </div><div>Assim, de repente, dormiu.</div><div>E não acordou.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div></div><div><br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_O5W_aKqNVJA/S7TGG3XUg-I/AAAAAAAAABQ/jDm7nO4E-qI/s1600/Cachorra+Olho+Fechado.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_O5W_aKqNVJA/S7TGG3XUg-I/AAAAAAAAABQ/jDm7nO4E-qI/s320/Cachorra+Olho+Fechado.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5455202869895791586" /></a><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Animais te amam incondicionalmente, não importa se você é o vilão ou o herói da história, se você está de bom ou de mau humor... não importa.</div><div><br /></div><div>E a Menina era assim... Lembro até hoje de quando ela foi levada pra casa, filhotinha, pelos meus irmãos.</div><div>Confesso que no começo fui contra, mas não tinha como não gostar dela.</div><div>E ela, filhotinha ainda, com pouco menos de um ano, dormia em uma casinha no quintal, até o dia em que ela foi deitar e tinha um gato na casinha dela... com medo do gato, ela foi arranhar a porta pra dormir do lado de dentro.</div><div>E, desde então, não dormiu nem uma noite fora de casa.</div><div>Sabia fazer truques (que eu mesmo ensinei). Nada de fazer torradas ou café da manhã como o Pluto (embora minha mãe jure de pés juntos que um dia ela pediu "pavê", falando), mas sentava, dava a pata (e inclusive diferenciava uma da outra), deitava... o básico, mas com o charme dela.</div><div>E, como a maioria dos cachorros, detestava tomar banho!</div><div><br /></div><div>Fica só a saudade, esse sentimento estranho pra caramba, que cada vez mais vai entrando em cada aspecto da minha vida.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Te encontro por aí, Menina...</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-22199803623523977912010-03-22T12:50:00.002-03:002010-03-22T13:00:01.425-03:00Dengue.Peguei dengue.<div>Eu ia até postar outra coisa hoje, mas... doencinha safada essa!</div><div>Digo, acho que é dengue: detesto hospital, só vou ver se é dengue mesmo se eu não melhorar.</div><div>Ah, eu <i><b>não</b></i> estou melhorando.</div><div><br /></div><div>Semana passada li "O Lobo da Estepe", de Hermann Hesse. </div><div>O livro é muito bom: trata da multiplicidade da natureza humana, das dúvidas e questionamentos que fazemos a nós mesmos, se somos bons o bastante para vivermos no mundo... me identifiquei um pouco com o personagem, por ele ser um misantropo por excelência.</div><div>Tenho esse tipo de mania: não gosto de conhecer ninguém desnecessariamente. Esse lance de puxar assunto com pessoas que não temos, e nem queremos ter nada em comum.</div><div><br /></div><div>Ah, e por cima disso tudo do livro, ainda tem uma viagem de ácido no final! Com alucinações e tudo!</div><div><br /></div><div>Outra curiosidade é que o livro fala de um "Teatro Mágico", com "Entrada para Raros", apenas.</div><div>Esse livro, essa expressão, foi que deu nome à banda e ao CD "O Teatro Mágico", uma banda que aprendi a gostar algum tempo atrás, graças à Kika.</div><div><br /></div><div>Post um pouco diferente, não?</div><div>É que faz tempo, estou desacostumado com isso, e estou doente, daí fico um pouco ranzinza.</div><div>Um pouco mais do que de costume, por assim dizer...</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-57682961803162482662009-11-13T10:06:00.002-02:002009-11-13T10:14:00.389-02:00Último Colóquio (III)<span style="color: rgb(255, 102, 102);">A última parte do conto que ninguém vai ler...<br />Bom, depois de postar isso, vou fazer uma experiência e começar a usar o blog pra postar coisas do cotidiano, e de vez em quando um texto.<br />Tenho feito o contrário até agora, apesar de muitos dos meus textos terem alguma coisa de verídica e autobiográfica neles.<br />Não, esse conto não tem nada de verídico (apesar de eu não poder afirmar, com certeza) ou autobiográfico...<br /><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">(continuação)<br /><br /><br /><br /></span></span>Um vulto encontrava-se sentado nele, e aproximando-se mais um pouco, pode ver que o que quer que estivesse sentado nele, trajava um manto negro rasgado. Viu uma das mangas e o capuz levantarem-se e pode ver a mão e o rosto cadavéricos daquele que estava ali, diante dele.<br /> <br />Ficou petrificado de tal forma que não pode nem mesmo desviar os olhos dos orifícios onde os olhos daquilo deveriam estar. Então, a voz que saiu das mandíbulas daquela coisa ali sentada penetrou em sua mente, e não em seus ouvidos, como se lhe falasse por telepatia, e de uma maneira que ele jamais poderia esquecer, mesmo que vivesse por mil vidas:<br /> <br />-Todos que entram aqui podem sair. São livres para fazê-lo, basta, para tanto, acharem a saída. Tu, contudo, trilhaste teu próprio caminho, o caminho de teu medo e desespero, e chegaste até mim. Eu sou aquela que todos temem, que todos odeiam e que ninguém espera, embora todos saibam que, um dia, cedo ou tarde, os visitarei. Chamam-me Morte. Tu ignoraste meus avisos, e agora deves vir comigo. Espero que tua última refeição tenha sido aprazível. Era teu prato favorito, sabes? Mas tu demoraste, e eu me demorei. Contudo, não falho.<br /> <br /> E, talvez por um surto de coragem, talvez por um surto de desespero ou um surto de loucura, não há como saber, ele disse:<br /> <br /> -Mas eu, bem... eu... eu esperava ser alguém importante, famoso, que fizesse a diferença para o mundo.<br /> <br />-Isso é o que todos esperam e acham. Só que, enquanto tu, e muitos outros como tu apenas esperam ser, e esperam, e esperam até que eu venha a visitá-los, outros, como Da Vinci, Flamel e Einstein esperam e o são. Agora responda-me: tu sabes o porquê disso? Porque eles agem! Eu visitei, visito e visitarei à tudo e todos, sem distinção de raça, cor, credo, idade ou sexo. Visitei papas e mendigos, camponeses e monarcas, rainhas e atores, heróis e vilões. Eu existo desde sempre, e para sempre existirei.<br /> <br /> -Mas porquê...<br /> <br />-Porquê a vida precisa ser renovada. Visito todos, e visito tudo. Torno pedras em areia, e destruo árvores, para que sirvam de fonte para novas mudas, e desfaço corpos decadentes, como o teu, para que novos ocupem o espaço que outrora o teu ocupara.<br /> <br /> -Mas como “decadente”? Eu só tenho vinte e três... porquê?<br /> <br />-Vocês humanos, com seus “mas” e “porquês”... Tudo recebe o meu sopro, dia após dia, hora após hora, desde o momento em que passam a existir. O homem começa a morrer à partir do momento em que é concebido no ventre da mãe; a árvore começa a apodrecer desde o momento em que seu grão germina. Tu não poderás compreender isso, nunca enquanto trajares estes andrajos que chama de “corpo”, saberás apenas quando for alma. Quando te despojares disso que vestes saberá, ou melhor, lembrará, para mais tarde, quando tomares uma nova carcaça, tornares a esquecer. Não há motivo para temer a mim. Sou eu quem fecha a porta da ignorância e abre a porta do conhecimento. Todos, inclusive tu, tentam entender-me, embora não haja o que entender. Não sou um enigma, apenas sou... a Morte.<br /> <div class="aut"><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Último Colóquio (III) - Paulo Oliveira</span></div></div><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"></span><br /><br /></span>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-19035174887108644322009-11-03T11:12:00.002-02:002009-11-03T11:15:09.616-02:00Último Colóquio (II)<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Ahn... alguém ainda tá lendo isso?</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Eu tenho mais coisas pra falar aqui, sobre o que tem rolado nos últimos... ahn... meses!</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Mas vou terminar de postar o conto primeiro!</span><br /><br /><br /><br /><span style="font-style: italic;">(...continuação)</span><br /><br />Quando as portas duplas se abriram, revelaram uma ampla biblioteca. Livros antiqüíssimos estavam dispostos nas estantes que forravam todas as paredes do grandioso salão. Um odor estranho e repulsivo pairava e impregnava o cômodo. Notou que no centro da pequena mesa de leitura repousava uma bandeja coberta com tampa de prata. Era dali que vinha o cheiro. Sentou-se na poltrona de veludo carmesim mofado e levantou a tampa cuidadosamente, depois largando-a, fazendo com que caísse ruidosamente no chão, causando um estrondo que ecoou por toda a mansão.A bandeja continha um grande bife, de carne podre e enegrecida por baixo da grotesca capa de minúsculos vermes brancos.<br /> <br />O vômito veio-lhe a garganta e ele não pode segurar, e o nauseante cheiro da golfada misturou-se ao da carne, praticamente expulsando-o da sala, e saindo dela, enxugou a boca com a manga da camisa preta.<br />Com o canto do olho, avistou um vulto entrando em uma das portas do corredor do lado esquerdo da escadaria, correu para a porta que jurou ter visto fechar, tocou a maçaneta e girou-a, mas deteve-se, enregelado pelo seu nome sussurrado bem atrás de si. Olhou em volta, sentindo o coração palpitante fazer-lhe tremer o corpo todo, as têmporas latejando e a adrenalina fluindo abundantemente, fazendo seus tímpanos zumbirem. Virou-se e caminhou lentamente até a porta mais próxima de suas costas e antes mesmo de tocá-la seu nome foi sussurrado mais uma vez atrás de si.<br /> <br />Era impossível isso, ou alguém, ou alguma coisa estava fazendo com que sua sanidade se esvaísse muito depressa. Abriu a porta imediatamente atrás de si e um cheiro de mofo e umidade escapou pela fresta aberta. Ignorando o calafrio que percorreu sua espinha, entrou na sala, e o que viu não era uma sala, mas uma escadaria longa e descendente, iluminada por tochas. Depois de muito hesitar, resolveu descê-la. Quando pôs o primeiro pé no primeiro degrau da escada, ouviu claramente por trás de seu ouvido direito o sussurro dizendo-lhe:<br /> <br /> -Não desça.<br /> <br />Aquilo o assustou, e, por instinto, desceu a escadaria o mais rápido que pode. As chamas das tochas na parede tremiam com o deslocamento de ar provocado pela sua passagem. O coração parecia estar batendo em sua garganta e o sangue e a adrenalina faziam seus olhos saltarem e sua cabeça latejar. Ele desceu a escadaria por um bom tempo, e quando chegou ao seu final, o que viu foi um largo e alto arco gótico, como aqueles de seus livros de arquitetura. Com medo de que o sussurro o seguisse, entrou pelo pórtico e viu um amplo salão, com aparelhos de tortura, estantes de livros e armaduras, tudo disposto de forma tortuosa e displicente, destacando-se do resto da mobília do cômodo um escuro trono ao fundo.<br /><span style="font-style: italic;">(continua...)</span><br /><br /><br /> <div style="font-style: italic; text-align: right;" class="aut">Último Colóquio (II) - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-89144651620909506202009-10-23T12:13:00.004-02:002009-10-23T12:24:14.355-02:00Último Colóquio.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Tava sem vontade nenhuma de postar já há algum tempo.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Não sei a causa, motivo, razão ou circunstância, mesmo tendo produzido algumas coisas durante esse recesso.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Mas não postarei o que produzi aqui tão cedo. </span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">O que escrevo, penso que é como vinho: precisa envelhecer pra ficar bom, mesmo que eu nem toque nele (no vinho, ou no texto).</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Sugestão: Se vocês gostam das estórias sobre o Rei Arthur, leiam "Once and Future King", de T.H. White.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Sem mais para o momento, apresento-lhes um conto, que escrevi quando fazia teatro, tv e cinema, (realmente, fiz esses cursos) coisa de uns 9 ou 10 anos atrás.<br />Chama-se "Último Colóquio", e vou postá-lo dividido, assim a leitura não fica cansativa demais.<br /></span><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Ah, e façam de conta que ouviram um rufar de tambores e toques de corneta...<br /></span><br /><br /><br />Quando ele acordou, tudo estava mergulhado na mais profunda escuridão. Não sabia onde, quando ou porquê estava naquela tenebrosa sala. Lembrou-se que sonhara, mas quando forçou a memória, a lembrança fugiu-lhe.<br /> Era uma casa, ou melhor, um casarão. Ele estava estirado no escuro e frio chão de mármore negro do amplo salão de entrada. As portas duplas, que davam acesso ao mundo exterior estavam vedadas com tábuas e pregos, assim como as janelas, também vedadas com tábuas e pregos por trás das pesadas cortinas de veludo cor-de-sangue que, mesmo abertas, não ajudavam em nada para iluminar o ambiente. Só com a ajuda da pouca luz lunar que, teimosamente conseguia penetrar pelas frestas das tábuas, foi que ele pôde enxergar móveis muito antigos, do século XV ou anterior, quem sabe. Poltronas e almofadas empoeiradas e mofadas, pesados livros amarelados em pesadas estantes de madeira escura, cheias de teias de aranhas contribuíam para que o clima fosse o menos acolhedor possível. Ele nem sabia que em pleno século XXI ainda existiam casas como aquela; muito mais parecida com um cenário de filme de terror do que com uma casa.<br /> Um velho relógio de pêndulo bateu uma, duas, doze vezes. Era meia-noite (ou meio-dia?). É, agora ele tinha certeza: era um filme de terror e, logo após o ressoar da décima segunda badalada sumir por completo, ele gargalhou, e gargalhou histericamente, pois sabia que não sabia mais o que fazer, a não ser rir da situação.<br /> O relógio bateu mais uma vez. Uma demorada hora. Esse foi o tempo que ele levou para perceber que estava em pânico e, mesmo não sendo supersticioso, bateu três vezes na madeira da estante quando um pensamento bobo sobre seu futuro ali lhe passou pela cabeça.<br /> Resolveu subir a larga escadaria dupla até o segundo piso, pois mesmo apavorado, não poderia ficar ali para sempre. Subiu degrau por degrau demoradamente, e com cautela demasiada, chegando ao topo da escada em segurança e respirando aliviado, deixou-se pensar e suspirar um tímido “graças a Deus”.<br /> O alívio só durou até que enxergasse na penumbra em que se encontrava, aquele pavoroso quadro de alguém com o rosto desfigurado pelo que ele julgou ser uma espécie de mumificação, coma pele seca, lábios repuxados e dentes amarelados à mostra, parcos fios de cabelo, mal cobrindo a cabeça, deixando transparecer um couro cabeludo ressecado e rachado e, nisso tudo, o que ele achou mais perturbador, foram os olhos, estranhamente vívidos do quadro, como se olhassem para ele com pena e ódio ao mesmo tempo.<br /> Virando as costas para o quadro e voltando a encarar a escadaria, enxergou à sua direita um longo corredor com uma única porta dupla ao fundo, e a sua esquerda, um corredor semelhante, porém com varias portas de vários os lados, e uma pequena porta ao fundo. Um pensamento bobo ocorreu-lhe: o corredor da direita tinha menos portas e, por conseqüência, teria menos monstros. Sorriu silenciosamente da própria idéia e resolveu tomar o caminho da direita mesmo... “Io no creo em brujas, pero que las hay, las hay”.<br /><span style="font-style: italic;">(continua...)</span><br /><br /> <div style="font-style: italic; text-align: right;" class="aut">Último Colóquio (I)- Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-59408534392226736252009-08-17T12:03:00.004-03:002009-08-17T12:08:13.320-03:00Ao Papai.<div class="tex"><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Faz um bom tempo que não posto aqui... Bom, hoje, como é aniversário do meu pai, vou postar um texto que fiz para ele.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Ele merece um prêmio de consolação pelo campeonato que disputamos e ele perdeu.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">É, fizemos um campeonato de quem tem mais dedos, e ganhei de lavada, já que ele amputou o dedo dele semana retrasada.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Ah, você notou que tenho o humor um tanto mórbido? Isso só às vezes!</span><br /><br /><br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"></span>Eu vejo.<br /><br />Eu vejo como ele fica triste no dia do meu aniversário por eu ter nascido um dia depois do aniversário de morte da mãe dele.<br /><br />Eu sinto.<br /><br />Eu sinto que ele não está satisfeito por eu não estar em uma faculdade pública, fazendo um curso que eu não gosto, ou por eu estar desempregado.<br /><br />Eu ouço.<br /><br />Eu ouço quando, às vezes, ele está estressado, reclama com minha irmã que ela está muito folgada, que somos “uns bostas” e que demos “poucas alegrias e mais problemas”.<br /><br />Mas o que eu posso fazer? Mesmo tendo todos esses motivos pra ter raiva, ou rancor, ou qualquer outro sentimento mais “baixo” por ele, eu o amo.<br /><br />Por quê?<br /><br />Porque eu vejo.<br /><br />Eu vejo quando ele chega, e o sorriso que se estampa, tímido e sutil, no rosto dele quando ele vê que todos nós estamos em casa, dormindo ou acordados.<br /><br />Porque eu ouço.<br /><br />Eu ouço o “Deus te abençoe” que vem do fundo do coração quando lhe peço a benção e dou boa noite.<br /><br />Porque eu sinto.<br /><br />Eu sinto que mesmo quando eu durmo fora, ele me dá um beijo de boa-noite e (mesmo não precisando) se esforça pra gostar do que eu gosto e me agradar.<br /><br />E principalmente porque eu lembro.<br /><br />Eu lembro das “aventuras” que tínhamos quando eu era mais novo, das noites que ele passou em claro quando eu estava doente, de todas as coisas que ele me ensinou e não esqueci mais, dos segredos e das conversas sem sentido que tínhamos e, o mais importante e por incrível que pareça, de como ele ficou feliz quando cada um de nós nasceu... </div> <div class="aut"><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Ao Papai - Paulo Oliveira</span></div></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-76461030709276549162009-03-05T11:13:00.004-03:002009-09-14T12:18:27.732-03:00Nunca.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Não vou me prolongar mais... TEXTO!</span><br /><br /><br /><br />Entrou no táxi e deu boa noite ao motorista:<br />-Boa noite, pode seguir em frente, por favor.<br />Depois de cinco ou dez minutos andando sempre em frente, o motorista perguntou:<br />-O senhor já sabe pra onde vai?<br />-Nunca.<br />Seguiram-se mais alguns minutos de silêncio, até que o passageiro pediu que o motorista virasse à esquerda. Ele obedeceu e perguntou ao passageiro se ele tinha nome.<br />-Sim, tenho, e o senhor também. Mas, na verdade, isso não interessa a nenhum de nós dois, não é?<br />Perplexo, o motorista apenas meneou a cabeça, no que o passageiro prosseguiu:<br />-Sei que o senhor diria que apenas queria quebrar o gelo, e tudo mais, mas, a verdade é que, pouco importa o que eu farei ou pra onde vou. Claro que o senhor me achará curioso, e se lembrará de mim por um dia ou dois, graças à minha excentricidade, contudo, passado esse espanto, alguma outra coisa ocupará sua mente, como uma conta pra pagar, ou qualquer coisa do gênero.<br />Tampouco eu me lembrarei do senhor. Mas, enfim, se lhe satisfaz, posso dizer-lhe meu nome.<br />-Ah... não, obrigado, não precisa.<br />Começou a chover, e o carro ia pela estrada, iluminando com o farol alto o negrume da madrugada, revelando nada além do nada. O passageiro recomeçou a falar:<br />-Suponhamos que o senhor seguisse a estrada sempre em frente, Senhor Motorista. Quando o senhor pararia?<br />-Não sei... acho que quando quisesse, ou estivesse cansado de dirigir.<br />-Sim, mas, imagine que o senhor nunca se cansasse, e nunca pudesse parar, quando pararia?<br />-Acho que nunca, mas, não saberia pra onde ir.<br />-Sim. É exatamente onde quero chegar.<br />-Entendo – mentiu o motorista, mais para desconversar do que para prosseguir conversa.<br />Mas o passageiro não parecia querer parar.<br />-E, qual é seu sonho, Senhor Motorista?<br />-Sonho?<br />-É. Qual é seu maior sonho?<br />-Ser advogado. Com certeza, ser advogado.<br />-E se eu dissesse que, no final da estrada, seguindo sempre em frente, estaria a realização de seu sonho, o senhor seguiria a estrada por quanto tempo?<br />-Não sei. Acho que pra sempre.<br />-Aham. Por favor, pode encostar aqui. Quanto deu a corrida?<br />Chovia cântaros na estrada deserta e escura. O motorista protestou, mas o passageiro foi insistente:<br />-Quanto foi a corrida?<br />-Sessenta e oito reais.<br />O passageiro deu uma nota de cem reais ao motorista, dizendo para ficar com o troco.<br />O motorista então perguntou, com um espanto e uma imobilidade de quem não tem a menor idéia de como agir:<br />-Mas o senhor sabe pra onde vai?<br />-Nunca.<br /><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Paulo Oliveira - Nunca</span><br /></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-89954380364054517992009-02-27T09:14:00.005-03:002009-02-27T09:40:52.038-03:00Mudanças & "Sem Definição".<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Há seis meses, as coisas começaram a fazer sentido. Coisas que fiz, disse ou deixei de fazer sem um propósito aparente, de súbito se mostraram peças de um plano maior.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Não sei em que fase do plano o arquiteto Deus está agora, mas sinto que, no final, tudo vai dar certo.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Vou esperar. Não importa o tempo que passe.</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Eu sou péssimo para apresentar meus textos, então serei sucinto com esse, que se chama "Sem Definição":</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 102);">Texto!</span><br /><br /><br /><br /><span style="font-family: Arial;">Você sabe o que é “<b style="">abacate</b>”, certo? “<b style="">Chocolate</b>” você também conhece, também sabe o que é. Sabe me dizer quem é “<b style="">Silvio Santos</b>” se eu te perguntar, mas... Você consegue me dizer quem é “<b style=""><u>ela</u></b>”? Como é “<b style=""><u>ela</u></b>”? Em algumas palavras só, você consegue? Tenta...<br />Difícil, né?! <o:p></o:p></span><span style="font-family: Arial;"><br /><br />Talvez por que você não a enxergue como eu a enxergo. Eu sei que é ruim ficar sem ter o que dizer, sem ter como definir, ou descrever algo ou alguém... Mas o que dizer? Não tem o que dizer, quando você encontra alguém que é assim pra você: tudo!<o:p></o:p></span><br /><span style="font-family: Arial;"><br />Absolutamente perfeita, aquela que ri até das suas piadas mais sem graça, te acha engraçado até quando você é desengonçado, tem um sorriso doce, um jeito meigo, é inteligente e romântica, esforçada e engraçada, bonita e ingênua, paciente e impaciente ao mesmo tempo, e te dá uma sensação de que você pode confiar nela sempre, mesmo que ela seja sempre surpreendente, você sabe que ela nunca vai te decepcionar.<o:p></o:p></span><br /><span style="font-family: Arial;"><br />Ela tem um abraço carinhoso, que te conforta, mesmo nos piores dias, que te acalma. Só de vê-la, seu dia já valeu a pena... Conversar com ela é uma dádiva, sempre tem algo de bom pra te dizer, mesmo que a conversa não seja ao vivo! Pode esquecer o presente de Natal, o Bom Velhinho te deu um presente melhor do que qualquer outro: conversar com ela.<o:p></o:p></span><br /><span style="font-family: Arial;"><br />Ela te chama de doido, te deixa com falta de ar quando fala com você, ou olha na sua direção, e te dá aquela sensação gostosa de que você está caindo, sabe?! Uma espécie de friozinho no estômago, e sempre, não só “às vezes”, “algumas vezes”, ou “quase sempre”, literalmente é SEMPRE, te deixa gago, trêmulo, tonto com aquele sorriso, e aquele jeito de arrumar o cabelo, ou a risada dela, ou o jeito de tentar levantar uma sobrancelha só (em vão).<o:p></o:p></span><br /><span style="font-family: Arial;"><br />Até quando ela fala que vocês são “inguais”... Nem mil palavras poderão explicar o que é vê-la rir, ou até mesmo chorar... E, sem saber, vê-la te conquistar, mesmo sem querer, e você nunca conseguir esquecê-la, nem que você vá pra muito longe, ou pra perto, não tem como não pensar, 60 segundos por minuto, na pessoa que ela é... Por que ela é bem assim: <b style=""><u>sem definição</u></b>, em nenhum dicionário.<o:p></o:p></span><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Sem Definição - Paulo Oliveira</span><br /></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-91624772994286746482009-02-10T11:52:00.003-02:002009-02-10T11:57:57.602-02:00Solteiro.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Bom, eu postaria esse textinho no dia 14, mas como será num sábado, e eu não costumo "frequentar" a internet no sábado, postarei hoje mesmo.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Hoje é terça feira, está fazendo um solzinho bacana aqui em Santos, e, nos últimos dias, uma frágil esperança, que estava quase quase morrendo, renasceu, mais forte do que antes.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Fernando Sabino já disse isso, e sei que não adiciono peso nenhum na sua colocação, mas mesmo assim, repito e tenho mais certeza que nunca de que </span><span style="font-style: italic; font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 102);">"No fim, tudo dá certo. Se não deu, é porque ainda não chegou ao fim"</span><br /><br /><br /><br />Você, leitor, que é sério, moderno, culto e antenado, sabe que é hoje , dia 12 de junho, é o esperado e cultuado (e por vezes, e por muitos principalmente, temido e odiado) Dia dos Namorados. Você sabe também, claro, que o Brasil é o único país do mundo que comemora essa data hoje, apenas para satisfação e salvação de lojistas brasileiros, porque no Brasil, terra do futebol, carnaval, cachaça e bunda, o ano só começa depois do Carnaval (isso quando não é ano de Copa do Mundo!), e a data de 14 de fevereiro, dia de São Valentino, que mesmo contra a vontade do governo e da igreja casava casais clandestinamente, e por isso foi mutilado, torturado e morto (não necessariamente nessa mesma ordem), seria colocada em segundo plano, diminuindo e muito o lucro de floriculturas, bombonieres, lojas de roupas, calçados e perfumarias.<br /><div class="tex"><br />Você, que não tem namorada, e quando os amigos tiram um sarrinho de você, te chamando de “tiozinho”, é daqueles que diz:<br /><br />“-Eu tô pouco me lixando pra isso, porque blá blá blá...” e desenrola convulsivamente algo parecido com o primeiro parágrafo desse texto, e, pra terminar, ainda diz:<br /><br />“-E eu não sou como uns otários aí que vão perder um tempão do dia e um bom dinheiro pra comprar presentinho no shopping”<br /><br />Mas você, leitor, que é sério, moderno, culto e antenado, mesmo dizendo e sabendo disso tudo aí em cima, ainda fica deprimido e suspira, assim como eu e outros e, também como eu e outros, não se importaria em gastar algumas horas de seu dia e nem de gastar uma graninha...<br /><br />Porque, cá entre nós, é cruel passar o Dia dos Namorados assistindo Sessão da Tarde com a sua mãe...<br /><br /><br /><br /></div> <div style="font-style: italic; text-align: right;" class="aut">Solteiro - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-44554559804455156462009-02-03T16:31:00.005-02:002009-02-03T16:48:45.115-02:00Livros & Microcontos<span style="color: rgb(255, 255, 102); font-weight: bold;">Sorte de hoje: O livro é uma casa de ouro</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Discordo.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Vejo os livros como mais que isso.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Livros são um universo inteiro, dourado e livre, muito maior que o nosso, preso por leis de gravitação, atração, constituintes e afins.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">São, inclusive, uma fuga dos problemas do cotidiano, tem o poder de te abstrair, pelo tempo que durar sua leitura e sua concentração nela, dos pensamentos que não são produtivos para você, das tristezas e ainda, quiçá, alegrar um pouquinho seu dia.</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Leia, pense e seja mais.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Meu conselho pra juventude.</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Agora, vamos aos microcontos.</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Você sabe o que é um microconto?</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102); font-family: georgia;font-family:arial;" >Como o nome diz, microconto é um</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 102); font-family: georgia;font-family:arial;" > </span><span style="color: rgb(255, 102, 102); font-family: georgia;font-family:arial;" >conto, com dimensões muito reduzidas.</span><span style="color: rgb(255, 102, 102); font-family: georgia;font-family:arial;" ><br />É interessante de se ver o que sai, e um ótimo exercício, contar algo com apenas 50 letras (sem contar o título, nem a pontuação).</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Vou postar alguns meus aqui... espero que gostem!</span><br /><br /><br /><br />---<br />Manteve-se silente, até sentir o punhal nas costas.<br />---<br />“Preciso permanecer neutra” – pensou a Suíça.<br />---<br />-Alto o bastante?<br />-Sim!<br />-Tá esperando o quê?!<br />E o chão ficou rubro.<br />---<br />Gritou, mas não ouviu sua voz. Estava surdo.<br />---<br />Era ela que estava ali, mas por quê?<br />Não sabia, nem soube. Nunca.<br />---<br />Beijaram-se.<br />Separaram-se.<br />Fizeram as pazes.<br />Repetiram.<br />---Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-80723446423462012762009-01-28T16:04:00.004-02:002009-01-28T16:39:12.014-02:00Café???<span style="font-style: italic;">"Na sexta eu saí com uns amigos. Foi bem bacana!"</span><br /><br />Tá, é uma frase padrão, mas é verdade.<br />Fomos pra um barzinho, vimos um joguinho de futebol na TV, tirei sarro da cara do Johnny, tiraram sarro da minha cara... daí a Kika chamou Johnny, Alex e eu para irmos até um aniversário num barzinho que ela ia logo depois.<br /><br />Os 3, cansadíssimos, morrendo de sono, fomos?<br />Fomos.<br /><br />Perto do barzinho, desaba um toró, chegamos molhados, e resolvemos não entrar (<span style="color: rgb(153, 255, 153);">"e aí, vamo entrar?" "ah, se você for, eu vou" "ihh, nem tô muito afim..." "ah, então não vou não" "eu também não"</span>), mas logo depois elas saem e resolvem ir até o McDonalds.<br />Nisso, eram 2 da manhã, mais ou menos.<br /><br />Alex e Johnny encerram a noite por ali mesmo. Game Over. Eu não como no McDonalds, nada.<br />No máximo, a batata de lá, e sorvetes, mas é só. De sanduíche, Big sei-lá-que-bicho, ou outras ninharias que vendem por lá, mal suporto o cheiro.<br />Mas, bom, eu já teria que ir até a praia pra pegar o ônibus, acompanhei as meninas e o Éder até o McDonalds, e, mesmo sem comer nada de lá, no fim das contas, resolvi entrar com eles.<br />Ficamos por lá, tomei um sorvete (tava 21 graus, o que pra Santos é razoavelmente frio), e a gente ficou conversando:<br /><br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">patati patatá</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">por que você tem essa música no celular? Não presta pra nada!</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">eu tomo suco de limão com couve</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">credo! Deve ser horrível!</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">você não vai com a minha cara?</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">só com 5% dela</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">piriri pororó</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">já é a quinta vez que toca essa música</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">pintei essa toalha a dedo</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">então vou jogar catchup nela! Toma!</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">meu avô que me chamava de mandrião</span>"<br />"<span style="color: rgb(255, 255, 102);">blá blá blá</span>"<br />...enfim, amenidades.<br />As moças da limpeza levantando as cadeiras, passando pano... eram 6 da manhã.<br /><br />"Ah... vamos ficar pra tomar café!"<br /><br />Aham, tá. Ficamos pra tomar café.<br />Mas cadê o café???<br /><br />Tinha até, mas nos serviram chá de camomila. 300 ml de chá de camomila.<br />Era exatamente o que parecia/cheirava/provava o café. Chá de camomila, e dos piores.<br />Até o cappuccino mal se salvava.<br />Ana e eu tomávamos e fazíamos careta, o Éder, com cara de sono, tomando o cappuccino com um olho fechado e outro aberto, a Marcela cochilava e falava "num gosto de café, nem de leite", e a Kika ria, acho que mais de desespero de não ter café no recinto.<br />A gente tinha marcado uma praia pra tarde de sábado, mas duvide-ó-dó que alguém acordou.<br />Ninguém tinha cafeína suficiente no sangue pra tanto.<br /><br /><br /><br />Obs.: Não vou devolver o tempo que você gastou lendo esse post.<br />Aliás, se você leu até aqui, eu devo ser muito bom em escrever (ou você muito persistente.)!Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-55368634216223707752009-01-14T08:30:00.000-02:002009-01-23T12:12:14.763-02:00Novo Ano.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Um ano novo começou!</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Isso é bom ou ruim? Quero crer que bom.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Sou um otimista por natureza (é, um vício e uma virtude ao mesmo tempo), não consigo deixar de pensar que esse ano promete ser melhor que o passado e pior que o que virá.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">2008, pelo menos pra mim, foi o melhor ano que vivi até hoje, de longe.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Coisas ótimas que aconteceram, mas que não me sinto tão à vontade de comentar em um post, pelo menos não no momento. Talvez, quem sabe, porventura, em algum post futuro?</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Outrossim, é que consegui terminar um pequeno poema que estava engavetado há algum tempo já.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Só tinha escrito a primeira e a última estrofe, mas faltava algo no meio... deixei-o lá, "marinando" e, de súbito, me veio na cabeça a estrofe do meio, inteira.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Agora, um trechinho de uma música do Hoodoo Gurus, "Come Anytime".</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Ah, que som era aquele? Mágico, e, de certa forma, ressurgiu na minha vida em 2008 e, também graças a essa música, meu ano foi tão bom...</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Aham, isso aí:</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">"</span><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 102, 102);">Come anytime, I won't give you pressure</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 102, 102);">Come anytime - I can wait forever</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 102, 102);">And if you can't make up your mind</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 102, 102);">We could make it up together.</span><span style="color: rgb(255, 102, 102);">"</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Tô me esquecendo de alguma coisa... Ah sim! O poema!</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Não tem nome ainda, não reparem, e sintam-se à vontade para sugerirem algum.</span><br /><br /><br /><br />"Sou o que sou<br />e quem sou... não importa!<br />O tempo, que te dita as regras<br />não se importa se não o sigo, às cegas.<br />Sou novo como a estrela que morre<br />e antigo como o botão que brota.<br /><br />Sobrevivendo uma vida, na sombra<br />que uma vez julguei ser a humanidade.<br />Me engano a cada dia, torcendo pelo final.<br />Observo o vôo da gaivota<br />e sinto, me sinto mais perto da liberdade<br />e peço e rezo, rezo e peço algum sinal.<br /><br />Impulsivo, compulsivo, obsessivo<br />não vivo, habito.<br />Como a pessoa que é sábia e não sabe<br />não moro, sobrevivo!<br />Ando no ritmo da cidade:<br />o semáforo, o carro, o apito..."<br /><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Paulo Oliveira</span><br /></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-36098215197243106552008-11-24T10:14:00.000-02:002008-11-24T10:23:35.150-02:00Soneto da Existência.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Eu não me lembro exatamente quem foi que disse isso, pelo menos da primeira vez, mas a história realmente tende a se repetir, não?</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">E é verdade mesmo! Quantas vezes alguma situação que você já vivenciou, se repetiu?</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Mesmo não sendo na mesma ocasião, com as mesmas pessoas, ou no mesmo lugar, o contexto era basicamente o mesmo, não?</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Acho que a vida é sempre cheia disso: novidades, que na verdade, são sempre as mesmas coisas, mas com alguma coisinha nova, alguma coisinha melhor, alguma evolução, sendo mais fresca, mais bonita, mais inovadora. </span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">O recheio da vida.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Foi então que resolvi publicar um sonetinho que fiz há algum tempinho.</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">É a história se repetindo...</span><br /><br /><br /><br />Existe alguém<br /><div class="tex">(Eu sei bem quem...)<br />Que vê além<br />Do meu sorriso<br /><br />E desse alguém<br />(Que eu sei bem quem!)<br />Manter segredo<br />É um sacrifício.<br /><br />Esconder o fogo, a brasa, a chama<br />Que arde nos olhos<br />De quem (te) ama<br /><br />E, desse fogo, não tenha medo<br />Que eu te amo<br />Não é segredo...</div> <div style="text-align: right; font-style: italic;" class="aut"><br /><br /><br />Soneto da Existência - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-36156802875999992452008-11-14T09:48:00.000-02:002008-11-14T09:59:47.711-02:00Improviso e Olimpíadas.Eu não tenho escrito nada praticamente, não? Só postado crônicas e etc, mas enfim...<br />Eu estava navegando na internet outro dia, e na internet, como o nome diz, tudo é interligado, e uma coisa leva a outra, que leva a outra, e sua pesquisa no Google sobre pianos acaba te levando à um conto sobre um jardim de gardênias.<br />Eu não lembro muito bem o que tinha pesquisado, mas apareceu pra mim essa foto:<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_O5W_aKqNVJA/SR1menI5ZSI/AAAAAAAAAAc/w8awNNtVKzA/s1600-h/Olimpiadas.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 256px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_O5W_aKqNVJA/SR1menI5ZSI/AAAAAAAAAAc/w8awNNtVKzA/s320/Olimpiadas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5268479815181755682" border="0" /></a><br />Pensem comigo: essa menina (qualquer uma das duas) só pode ter ganho medalha de ouro!<br />(www.instantrimshot.com)<br />Mas pensem mais longe ainda: e se ela não ganhou o ouro, mas a prata e/ou o bronze?<br />O QUE ELA FARIA SE TIVESSE GANHO O OURO?<br />(www.instantrimshot.com)<br /><br />É, realmente não foi uma piada das melhores, mas é o máximo que eu posso fazer por hoje... ainda tenho que fazer um programa que mostre a média de um aluno, com base em duas notas, mas (nem tudo são flores) SEM USAR MATEMÁTICA PARA ISSO!<br />É... fácil fácil...Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-20673076268133321582008-10-30T14:15:00.000-02:002008-10-30T14:19:41.021-02:00O Namorado e a Aranha.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Vou postar um poeminha aqui. Não lembro de ter postado algum poema aqui, aliás, não lembro quando foi a última vez que postei aqui.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Sei que posso muito bem olhar a data da minha última postagem, mas a preguiça me impede, e quero me censurar por estar sendo relapso.</span><br /><br /><br /><br />Um namorado, à passeio em seu cavalo<br /><div class="tex">Não notou que em sua cela<br />habitava uma pequena aranha<br />embaixo da tira da fivela<br /><br />Enquanto ia estrada afora,<br />divagava sobre o amor, como fazia outrora,<br />antes de conhecer a garota<br />por quem se apaixonara.<br />Enquanto isso, a aranha<br />tranquila em seu ninho, fiava<br /><br />"-Mas o que será que acontece?"<br />"Ela me ama ou não? O que será que trama?"<br />"Vamos cavalo, apeia!"<br />E a aranha, em seu ninho, ouvindo a prece<br />pensou consigo, em sua cama:<br />"-Teia"<br /><br />"-E agora, o que será que ela faz?"<br />"São quase nove, o que ela faz antes da ceia?"<br />"Será que pensa em mim?"<br />E a aranha pensou consigo: "-Teia"<br /><br />"-Ah diabos! que duvida que não me deixa!"<br />"Será que me ama, ou já ficou cheia?"<br />"O que será que ela quer?"<br />E a aranha pensou, novamente: "-Teia"<br /><br />Nisso ele notou<br />a pequena aranha, já na borda de sua cela<br />fez uma pergunta, brincando com ela:<br />"Se sabes o que é o amor, diz-me, matreira!"<br />E ouviu da aranha, jurou<br />que uma voz fina lhe disse: "-Teia"</div> <div style="font-style: italic; text-align: right;" class="aut"><br /><br /><br />O Namorado e a Aranha - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-43644405342427963792008-10-07T08:55:00.000-03:002008-10-07T09:01:30.651-03:00Uma festa sem cuba-libre.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Hoje eu acordei e vi que fazia algum tempo que eu não postava, e quando peguei o ônibus e vim pra cá, vi uma moça muito bonita no ônibus. Muito bonita mesmo (nem preciso dizer que era ruiva, não?).</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">E me lembrei desse texto que escrevi há uns 4 ou 5 anos atrás.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Não era pra moça do ônibus, claro que não, era pra outra pessoa, que na época, eu enxergava com uma beleza ainda maior que a da primeira.</span><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;">A festa estava animada, apesar de eu nem saber o motivo da comemoração. O melhor de tudo é que ela estava lá. É, ela, a garota por quem eu me apaixonei assim que a conheci, coisa de seis meses, um ano atrás. Ficamos amigos, eu gosto dela mais do que como um amigo, mas me faltou coragem pra me declarar.<br /><br />Vários amigos meus estavam lá, possivelmente todos, e o que era ainda melhor (pelo menos pra mim) é que iam tocar valsa, a única música que eu sei dançar. É meio careta, mas é gostoso de se dançar com quem se gosta. Enquanto eu pensava nisso, ela se aproximou e me perguntou:<br /><br />-Quando tocar a valsa, você dança comigo?-aquele pedido foi o mais doce som que eu já havia escutado, e devo ter ficado meio atordoado, porque ela me chamou pelo menos umas três vezes até eu conseguir gaguejar a resposta:<br /><br />-Cla... Claro que sim!<br /><br />-Tá bom então.<br /><br />-Tá bom...<br /><br />Eu continuei andando pela festa, encontrando e conversando com amigos, até que eu encontrei dois amigos e uma amiga que eu já não via há algum tempo, sentados em uma mesa, conversando com ela. Resolvi me juntar ao grupo, já que o papo parecia animado. Não me lembro sobre o que conversávamos, os assuntos variavam, mas essa amiga minha me disse algo, no mínimo, inesperado:<br /><br />-Você sabia que eu já gostei de você?<br /><br />-Não sabia não...quando foi isso?<br /><br />-Quando a gente tinha uns 15 anos.<br /><br />-Ah...-respondi, surpreso, mas desinteressado, e já querendo encerrar a conversa, que não me agradava, mas ela continuou:<br /><br />-Você sabia que eu ainda gosto de você?-isso sim era surpreendente!<br />Nesse momento, ela se levantou e correu para dentro da casa.<br /><br />-Vocês me dão licença um pouquinho?-falei, já me levantando e correndo para dentro da casa também.<br /><br />O barulho da música era demais, ainda não estava na hora da valsa. No corredor, um casal vinha em minha direção e entrei em um quarto para dar passagem a eles, que passaram e, quando eu saia do quarto, ouvi um choro abafado, bem baixinho.<br /><br />Era ela que estava no quarto, embaixo de um cobertor azul, coberta dos pés à cabeça. Me sentei ao seu lado:<br /><br />-1, 2, 3 você embaixo do cobertor. Agora tá com você...<br /><br />Ela soltou uma risadinha tímida.<br /><br />-Eu...meio que fiquei preocupado com você, não entendi bem o que te deu. Você tá legal?<br /><br />Ela fez que “não” com a cabeça, o rosto coberto.<br /><br />-Você tá chorando por quê? Tá triste?<br /><br />Fez que sim com a cabeça.<br /><br />-É comigo?<br /><br />Não era. Nessa hora, a valsa começou a tocar.<br /><br />-Já que você me pediu e eu prometi, vou ter que cumprir. Vem. Dança comigo.<br /><br />Peguei sua mão e ela se levantou. Eu a abracei e começamos a dançar.<br /><br />-Você quer falar sobre o que te deixou triste?-perguntei, e a resposta foi negativa. Continuamos dançando, juntos e em silêncio. Eu podia ouvir e sentir sua respiração, e eu me sentia o cara mais feliz do planeta. Quando a música acabou, eu disse:<br /><br />-Acho que agora você prefere ficar sozinha, né?!? Olha, quando você quiser conversar sobre o que te deixou triste, ou falar sobre qualquer outra coisa, pode contar comigo, tá bom?<br /><br />Quando estava saindo, ela pôs a mão no meu ombro, e ela era suave, leve, como seda.<br /><br />-Espera, -ela disse- eu....te conto o que me deixou triste.<br /><br />Sentamos no sofá, ela ainda embaixo do cobertor, mas agora com o rosto um pouco mais erguido, e pude ver que estava úmido e rosado pelo choro e pelas lágrimas.<br /><br />-Eu fiquei triste pelo que a sua amiga disse...<br /><br />-Ela falou alguma coisa que você não gostou?<br /><br />Ela fez que “sim” com a cabeça, e o rosto baixou de novo.<br /><br />-O que ela te disse? – eu perguntei.<br /><br />-Ela falou que gosta de você.<br /><br />-É, mas...como assim?<br /><br />-É que – ela ergueu de novo o rosto, com o mais lindo sorriso que eu já havia visto – eu também gosto de você!<br /><br />Senti meu coração bater na garganta e minhas mãos suarem.<br /><br />-Você gosta de mim? – ela perguntou com a voz vacilante. Só pude responder que sim com a cabeça, as palavras não saiam, talvez pelo coração, que eu ainda sentia bater na garganta.<br /><br />-Desde quando? – ela perguntou, sorrindo.<br /><br />-Desde sempre! – respondi com os olhos marejados, vendo lágrimas nos olhos dela também.<br /><br />Suas mãos, buscando segurança, encontraram as minhas, também trêmulas de emoção. Nossos olhos se fecharam ao mesmo tempo, e nossos lábios ficavam cada vez mais próximos. A valsa recomeçou a tocar, e recomeçamos a dançar enquanto nossos lábios se aproximavam...<br /><br />E foi então que eu acordei, e decidi contar esse sonho a ela. Nesse dia, eu descobri que sonhar é bom, mas viver na pele é ainda melhor.<br /></div><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Uma Festa sem Cuba-Libre - Paulo Oliveira</span></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-41594596442635875672008-09-18T08:41:00.003-03:002008-09-18T09:27:55.307-03:00As Peripécias do Legendário Bulk Flatulento 2 - Pizzaria.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">E mais uma história com nosso herói com problemas intestinais favoritos!</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">(Desculpem a ausência, explico o por que na próxima postagem.).</span><br /><br /><span style="color: rgb(51, 255, 51);">As Peripécias do Legendário Bulk Flatulento 2 - Pizzaria.</span><br /><br /><span style="color: rgb(51, 255, 255);">Parte I</span><br /><br />Sexta-feira. Dia de farra. Resolvemos ir a uma pizzaria. Às 8:00 da noite saímos Bulk, Beto, Rodrigo, Júnior, Osmar e eu.<br />-Ô garçom, desce pizza aqui! – disse Bulk exasperado.<br />-Pois não senhor. Temos de mussarela, presunto, tomate seco e calabresa. Qual o senhor quer?<br />-Todos. Ah, a lingüiça... ela está inteira?<br />-Infelizmente não, senhor. – respondeu o garçom, espantado pelo enorme apetite e estranho gosto por lingüiças de meu amigo.<br />-Então pega uma inteira lá pra mim! – disse Bulk, lambendo maliciosamente os beiços.<br />Lá pelo 23° pedaço de pizza (e oitava ou nona calabresa), uma nuvem de gases letais, semelhante àquela do ponto de ônibus, foi expelida por Bulk de modo deveras sonoro. No instante em que notaram tal fato, o casal de filhos de uma feliz família, com uma expressão assustada no rosto, perguntaram em uníssono:<br />-O quê... o quê foi isso, pai? Pai? PAI!!!<br />O pai da família (de nome Ernesto, se não me engano) havia desmaiado, envenenado pelos vapores intestinais de meu amigo. Mais do que depressa, foi levado ao hospital.<br />-Pô Bulk, vê se pega leve com essa tua bunda gorda – reclamou Humberto.<br />-A culpa é de vocês! Se vocês não tivessem prendido a respiração e cheirado a parte de vocês, ele não tinha recebido uma sobrecarga. – retrucou Bulk.<br />-Teria. – disse.<br />-O quê?<br />-Ele não “tinha” recebido, ele “teria” recebido.<br />-Ahn... tanto faz. Vou cagar.<br />Após o flatulento incidente, duas outras famílias, além da envolvida, haviam se retirado da pizzaria, mas, ainda assim, o estabelecimento continuava bem cheio.<br />Ao chegar na porta do banheiro, ele encontrou um daqueles caras que ficam na porta dos banheiros, pra dar a chave.<br />-Ô chefe, dá a chave aí, por favor.<br />Furioso com nosso herói pelo papelão que fez, e notando também sua angústia e desespero crescentes, ele resolveu pregar-lhe uma peça que julgou ser inofensiva: deu a chave errada a ele.<br />Desesperado, tentando abrir a porta o mais rápido possível, inconscientemente Bulk relaxa o sfincter e outro flato escapa de seu imenso anus, digo, séculus. Consciente do mac que havia liberado, o rapaz deu a chave certa ao garoto, contudo, já era tarde demais: outras cinco famílias haviam ido embora, assustadas pelas paredes e vidraças que tremeram, trincaram e quebraram pela ribombante e gutural flatulência emitida por nosso amigo.<br />Já dentro do banheiro, Bulk sentiu-se em casa, e com rapidez quase sobre-humana, despiu-se das calças e da cueca, sentou-se no vaso e começou a obrar, com um urro assustador de alívio, que ecoou pelo estreito corredor que levava ao banheiro e inundou o salão:<br />-Ahhhhhhhhhhhhhhhh!<br /><br /><br />---<br /><br /><span style="color: rgb(51, 255, 255);">Parte II</span><br /><br />O grotesco urro que inundou o salão terminou o serviço que a estrondosa flatulência havia iniciado: expulsar as pobres famílias que vieram atrás de um pouco de diversão e tranqüilidade. Todas as mesas estavam desertas, exceto por uma, ao fundo, ocupada por duas solitárias senhoras, sendo que uma delas era a simpática velhinha do referido ponto de ônibus de outro dia. Essa dizia para a outra senhora:<br />-Está vendo, Olga? Foi esse lazarento que peidou na minha cara outro dia!<br />-Isso é mesmo uma falta de respeito! – e se retiraram.<br />Só estávamos nós e os funcionários, e não sabíamos onde enfiar nossas caras. Então, Bulk gritou do banheiro, rompendo o silêncio:<br />-Caramba! Galera, tem merda aqui para afogar um jumento! Vou ter até que levantar pra cortar a lingüiça marrom.<br />Quinze longos minutos se passaram, e entre esses quinze minutos, muitos “splash”, ”tchibum”, ”arghhhh” e ”sai espírito das trevas” se ouviram do banheiro, e a cada onomatopéia proferida por nosso amigo, aumentavam os olhares ameaçadores dos funcionários do restaurante em nossa direção.<br />Quando saiu do banheiro, Bulk estava suado, e aparentava estar ligeiramente mais magro. Jogou a chave para o rapazinho que ficava na porta do banheiro:<br />-Pega aí, mestre.<br />O rapaz, ao pegar a chave, notou algo gosmento no chaveiro, e então percebeu que a chave estava recoberta de excremento multicolorido: verde, preto, marrom...<br />Enojado e desesperançado, o rapaz limpou a mão, pegou luvas, balde, vassoura e sabão para limpar a sujeira que meu amigo havia causado.<br />Simultaneamente, Bulk voltava à mesa:<br />-Ué, cadê o pessoal que tava aqui?<br />-Foram embora com medo de serem tragados pelo seu buraco negro. – explicou Rodrigo. Enquanto ríamos de Bulk, ele gritava ao garçom:<br />-Cadê a pizza garçom?<br /><br />---<br /><br /><span style="color: rgb(51, 255, 255);">Parte III</span><br /><br />Após uma pequena prece, o rapaz toma coragem e entra no banheiro, e quando vê o estrago causado por nosso herói, pudemos ouvir sua voz espantada, apavorada, enojada e desanimada dizer:<br />-Santo Deus! O que... o que é isso?<br />Não sabemos o que havia lá, nos faltava coragem para ir até lá e olhar; perguntamos então ao autor o que era, mas Bulk respondeu com indiferença, enquanto comia seu 31° pedaço de pizza:<br />-Ah, isso é frescura daquele maricas, a privada deve ter sujado um pouco, sei lá!<br />Pouquíssimo tempo passou-se, e o rapaz voltou do reservado com uma feição de extremo cansaço e um olhar avassalador de fúria incontida. Seu uniforme estava todo respingado de cocô! Quando passou por Bulk, lançou-lhe um olhar de gelar o sangue, e sibilou com toda a raiva contida em seu peito:<br />-Tú tá fudido, moleque!<br />Aquilo foi demais. Ao invés de passar direto, no máximo lançar um olhar de reprovação, dizer “Tú tá fudido, moleque!”, deve significar que realmente, Bulk cometera uma desonra e uma afronta sem tamanho aquele rapaz, e, como diria Faustão “Tanto no pessoal como no profissional”.<br />O mais impressionante foi que Bulk ouviu aquilo e apenas deu de ombros, como se dissesse: “tanto faz!”; e continuou comendo. Foi enquanto comentávamos o fato que ouvimos o rapaz dizer ao gerente:<br />-Me demito! Você faz idéia do que eu enfrentei lá dentro? Faz? Faz idéia do que aquele garoto foi capaz de fazer? Faz? – e em meio a lágrimas, completou: - Não agüento. Tô fora!<br />Passou-se pouco mais de três minutos quando o gerente veio ter conosco:<br />-Fora. Não precisa pagara nada, mas vão embora do meu restaurante, nesse momento. Minha freguesia já foi todinha embora, já notaram? Por favor, vão embora.<br />Com um rápido movimento, Bulk tirou do bolso uma sacola amarela de supermercado e falou seriamente:<br />-Quero as bordas.<br />-Que bordas, garoto?<br />-As bordas das pizzas que vocês tiram das mesas.<br />Rubro como uma pimenta, o gerente explode:<br />-FORAAAAAAAAA! – e desatou a chorar.<br />Fomos embora muito culpados: pela demissão do funcionário, pelo prejuízo que Bulk causou, tanto pelo banheiro como pelo êxodo dos clientes, por fazer o gerente chorar, enfim: por tudo. Íamos com isso em nossas cabeças, quando nosso pensamento coletivo foi cortado por Bulk, em meio às latas de lixo da pizzaria, gritando euforicamente:<br />-Olha pessoal, achei as bordas!<br /><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Paulo Oliveira - As Peripécias do Legendário Bulk Flatulento 2 - Pizzaria.</span><br /></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-69310366819908173162008-08-28T08:58:00.000-03:002008-08-28T09:13:21.280-03:00As Peripécias do Legendário Bulk Flatulento.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Há algum tempo sem postar... vamos por uma pitada de humor nisso?</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Essa é quase uma parábola bíblica, nos mostra a sabedoria dos idosos e o desrespeito da juventude criada em apartamento, à vitamina de leite com pêra e docinhos caramelados da vovózinha.</span><br /><br /><br /><span style="color: rgb(51, 255, 51);">As Peripécias do Legendário Bulk Flatulento – A velhinha do ponto.</span><br /><div class="tex"><br />Bulk, Beto, Rodrigo, Osmar e eu esperávamos no ponto de ônibus da Avenida Ana Costa o circular 10. Ao nosso lado, uma pacata e veneranda anciã, já entrando, talvez, em sua nona década de vida. A velinha era calma e simpática, portava uma bela bengala de ébano e não media mais do que 1 metro e quarenta, devido à sua avançada idade. Enquanto eu observava aquele pequeno e frágil monumento da experiência e sabedoria dos idosos, o seguinte diálogo era travado entre meus amigos:<br /><br />-Essa merda desse ônibus não chega. Quero chegar em casa logo pra poder cagar! – reclamava Bulk.<br /><br />-Olha a senhora aí do teu lado, sua bicha! – disse Rodrigo.<br /><br />-É, seu cagão, e se tu peidar aqui, a gente vai te bater! – completou Osmar. Beto limitava-se a rir. Foi nessa hora que aconteceu! Uma obscura reação química, sem precedentes históricos iniciou-se nas profundas trevas da região anal, digo, secular, de Bulk.<br /><br />Gases tóxicos acumularam-se em uma densa nuvem, escura e pestilenta como uma praga bíblica. Notei a expressão de total desconforto e terror extremo no rosto de meu amigo:<br /><br />-Tu tá legal, Bulk?!? – perguntei, embora já soubesse a resposta.<br /><br />-Paulo, foi mal cara, mas não dá pra segurar não! – e levantando sua perna direita (a que estava do lado da velhinha) ele soltou um sonoro e malcheiroso “flato”. Então, do alto de sua sabedoria quase centenária, a senhora limitou-se a olhá-lo, erguendo seu rosto, antes simpático, agora com uma pétrea expressão de nojo e medo na direção de nosso herói com problemas intestinais, e proferir três palavras que comprovaram toda a sabedoria que eu achava que ela tivesse. Com sua voz trêmula, e seus olhos fixos nos de Bulk, ela disse:<br /><br />-Filho da puta!<br /><br />E se retirou do ponto o mais rápido possível, comprovando o quanto era esperta, bem mais do que todos nós juntos.</div> <div class="aut"><br /><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">As Peripécias do Legendário Bulk Flatulento - Paulo Oliveira</span></div></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-59571816699021061462008-08-18T12:39:00.000-03:002008-08-18T12:45:39.920-03:00Almas Gêmeas.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Estranho... não sei por que, mas agora pensei em mímicos.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Sei lá, acho que talvez mímicos sejam mais felizes que palhaços. Não, isso não tem nada a ver com o texto, apenas "pensei alto".</span><br /><br /><br /><br />Rogério e Marli estão no carro, com Marli ao volante. O sinal fecha e Rogério observa o ônibus que para ao seu lado e divaga:<br /><div class="tex"><br />-Não é irônico? Por exemplo, ali, naquele ônibus, as pessoas que estão nele. Um homem que está nele pode estar ao lado do seu grande amor e não notar porque está ocupado demais olhando pela janela, e ela pode não notar que o homem de sua vida está ao seu lado porque está distraída lendo o jornal! Aquela pessoa que cruzamos na rua e perguntamos as horas, aquelas que estão na nossa frente ou atrás de nós na fila do banco, do correio, da padaria, enfim... Essas pessoas podem ser nossas almas gêmeas, e simplesmente não notamos porque estamos ocupados com outras coisas e às vezes basta um gesto simples, como olhar pro lado pra notá-la, como você, como agora!!<br /><br />É a primeira vez que te digo isso, mas gosto de você desde, sei lá... Desde sempre! Mas nunca te disse isso, e eu nem sei o porquê não te disse antes, acho que por medo, mas o medo acabou, e eu queria saber se você, se eu tenho chance com você, eu só não quero que isso interfir...<br /><br />-Desculpa Rô, você falou alguma coisa? Eu tava retocando o batom e não prestei muita atenção...<br /><br />-Não, não é nada importante não. Olha lá, o sinal abriu...</div> <div style="text-align: right;" class="aut"><br /><br /><br />Almas Gêmeas - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-16681830304115089942008-08-08T14:43:00.000-03:002008-08-08T14:49:03.557-03:00Medo.<div class="tex"><span style="color: rgb(255, 102, 102);font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:100%;" >"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."<br />(William Shakespeare)</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Como dizer melhor que isso?</span><br /><br />Medo... tá bom, medo. Mas medo de quê???<br /><br />Medo de que aquele par de olhos, doces, lindos, não me olhem mais do mesmo jeito.<br /><br />Medo de não ver mais nenhum sorriso daquela boca que eu sonho, e que rio quando ela ri, ou morde os lábios.<br /><br />Medo de poder sentir, no máximo, saudades.<br /><br />Medo de não poder mais conversar com ela, ouvir sua voz, sentir seu cafuné, seu abraço, não sentir o cheiro de seu perfume, ouvir suas piadinhas, suas respostas, seus pedidos, medo de não vê-la mais, de perde-la, medo que ela me diga “não”.<br /><br />E se ela disser “não”...?<br /><br />...e se ela disser “sim”...?</div> <div style="text-align: right; font-style: italic;" class="aut"><br /><br /><br />Medo - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-17735310062856593942008-08-05T12:39:00.000-03:002008-08-05T12:50:01.129-03:00Cuidado!!!<span style="color: rgb(255, 102, 102);">Só um conselho.<br />Não, não o estou vendendo, mas suponho que seja bom.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Se alguém quiser me dar algum dinheiro (ou conselho) também, não vou recusar... minha mãe me disse para sempre aceitar com um sorriso e um "obrigado" um presente.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Espero que alguém goste.</span><br /><br />Cuidado!!! Muito cuidado, meu amigo, pra não viver uma não-vida.<br /><div class="tex">Não basta sobreviver. Sobreviver significa “sub-viver”; quem sobrevive não vive.<br />É preciso viver sempre ao máximo, sempre viva o mais que você puder, faça o que quiser, sempre que puder fazê-lo, e aprecie o que você fizer. Faça sempre com prazer, tudo, desde as coisas mais simples, execute-as da melhor maneira, sempre, sempre com perfeição, como se fosse a primeira (ou a última) vez que você as fizesse.<br /><br />Não olhe apenas: veja, observe, visualize cada detalhe que puder captar. Cada cor tem sua particularidade, o céu é de um azul único, pode comparar.<br /><br />Não cheire: aprecie, aproveite, curta cada pequeno e suave perfume que puder sentir. Sinta até alguns "odores não tão agradáveis". O olor das rosas, o cheiro da chuva, do mar, ou do seu par.<br /><br />Não ouça, também: escute, atente a cada som de cada parte pela qual passar, atente como são distintos, como cada um tem sua particularidade.<br />O canto dos pássaros, o som da voz do seu amor, a melodia das músicas.<br /><br />Não toque: sinta, perceba as nuances de cada contorno, cada curva, cada relevo, seja alto ou baixo; sinta tudo que puder tocar, tudo o que estiver ao alcance de suas mãos, seus pés; sinta a terra molhada sob seus pés, a casca de sua árvore.<br /><br />Não coma: prove, saboreie, deguste tudo que puder com seu paladar, seja o que for, mesmo que você não goste do sabor. Prove o amargor do jiló, o doce do mel, deguste o que puder provar. O que vale é a experiência.<br /><br />Viva! Viva a vida intensamente, e ao máximo, sempre aproveitando cada oportunidade que a vida lhe der. Só assim, porque só assim, meus amigos, vocês poderão dizer com orgulho (e não como consolo!), que viveram, e que, se não fizeram tudo o que quiseram, fizeram tudo o que puderam.</div> <div style="text-align: right; font-style: italic;" class="aut"><br /><br /><br />Cuidado - Paulo Oliveira</div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-54556491975709036732008-08-04T12:27:00.000-03:002008-08-04T13:08:26.930-03:00Relâmpagos.<meta name="Generator" content="Microsoft Word 10"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 10"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} h2 {mso-margin-top-alt:auto; margin-right:0cm; mso-margin-bottom-alt:auto; margin-left:0cm; mso-pagination:widow-orphan; mso-outline-level:2; font-size:18.0pt; font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman";} </style> <![endif]--><span style="color: rgb(255, 102, 102);font-family:times new roman;font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;"></span></span><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Publico esse porque ontem choveu.</span>
<br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">E também porque está cada vez mais difícil para mim ser imparcial.</span>
<br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Alguém entendeu?</span>
<br />
<br />
<br /><div style="text-align: justify;">Ontem choveu, e eu fiquei olhando os relâmpagos caírem, e ouvindo a chuva bater no vidro da janela, e comecei a pensar sobre o porquê de algumas pessoas terem medo de relâmpagos, e outras acharem bonito e gostarem de vê-los cair.
<br />
<br />A nossa vida é muito parecida com o céu: às vezes é claro e alegre como o dia, e às vezes, escuro e introspectivo como a noite, e sempre se alternam esses momentos de alegria e introspecção, como o dia sucede a noite, e vice-versa. E de vez em quando, aparecem as tempestades, seja dia ou noite, e relâmpagos com elas, e eles mudam a forma como enxergamos o céu, assim como as mudanças mudam a forma como vemos nossa vida.
<br />
<br />O relâmpago é sempre rápido e efêmero, e por mais brilho que ele jogue no céu, ele dura pouco e logo o céu volta a ser como era antes. É aí que reside a dúvida: porquê então, as pessoas temem o relâmpago?
<br />
<br />Será que é porquê é súbito como as mudanças que atingem nossa vida?
<br />
<br />Ou será que é por ser efêmero e passar logo, por mais bonito que seja?
<br />
<br />Pode-se entender o medo do relâmpago como o medo da mudança, mas, se pararmos para pensar, não há por que temer, pois por mais apavorante que seja o relâmpago, logo o céu volta a ser como era antes. Depende de nós encararmos os relâmpagos como um espetáculo da vida ou como susto após susto, com medo e espanto. Cabe a você encarar as mudanças como algo apavorante, ou como algo belo e brilhante, e especial e diferente, como cada relâmpago é diferente do anterior.
<br />
<br />Sempre que chove, eu deito olhando a janela e vejo os relâmpagos riscarem o céu, e ouço a chuva bater no vidro, e ontem não foi diferente: dormi como um anjo, como não dormia há muito tempo.
<br /></div>
<br />
<br /> <p class="MsoNormal" face="arial" style="text-align: right;" align="right"><span style="font-style: italic;">Relâmpagos - Paulo Oliveira</span><i style=""><o:p></o:p></i></p> <p style="font-family: arial;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-88865214200001377442008-07-28T08:21:00.000-03:002008-08-04T13:10:58.402-03:00Tempo para um amigo.<span style="color: rgb(255, 102, 102);">"Tempo" é aquela coisinha que a gente passa a vida inteira buscando mais, e tendo cada vez menos...</span><br /><br />Na escola, vocês eram inseparáveis. Onde um estava, o outro estava também, isso era certeza. Sua alegria contagiava à todos, desde os amigos mais jovens (que achavam vocês o máximo) até os professores, mesmo aqueles que eram alvo das suas piadinhas e gozações.<br /><div class="tex"><br />Lembra que vocês tinham sempre planos, sobre serem soldados juntos, serem sócias em uma boutique, serem astronautas, professoras, médicos, pilotos de caça, cientistas?<br /><br />Tantos objetivos e sonhos em comum, e todos eles sempre em dupla, e todos eles sempre conduzindo-os inexoravelmente, ao sucesso. Juntos, sempre.<br /><br />Nossa! Você lembra?<br /><br />Quantas aventuras, como aquele forte que vocês fizeram em cima da árvore, aquela tarde de sábado no shopping em que vocês conheceram aqueles dois gatinhos, ou aquela pescaria no feriadão em que vocês alugaram um barquinho furado, ou ainda aquele filme do Tom Cruise que vocês assistiram a estréia no cinema, juntas.<br /><br />Vocês continuaram crescendo e descobrindo suas vocações. Chegou a época do vestibular e você presta pra Direito, ele você não sabe; você presta pra Medicina, ela você não sabe, não foi nem na mesma faculdade.<br /><br />Quando vocês se encontram de novo, na escola, você pergunta para que ele prestou e ele diz que foi Engenharia; ela te conta que vai fazer Rádio e TV. E quando terminam as aulas é aquele choro, as despedidas dos outros amigos, e coisas como: “não me esquece!”, “eu te ligo” e “a gente se vê”. Ele te abraça e te diz: “vamos todo domingo jogar bola na praia, tá?”; você dá um abraço e um beijo nela e diz: “não esquece, hein: sábado que vem, shopping!”.<br /><br />Você agora tem um emprego, ele trabalha e continua estudando; você trabalha, estuda e agora tem um namorado, ela casou e começou a trabalhar. Você se lembra com saudade dessa conversa e dessa época, claro que se lembra, só fazem um ou dois anos... Ou três... Ou seis, ou nove, ou... Nossa! Já fazem uns 15 anos! Você se lembra com muita saudade dele ou dela, e é claro que ele ou ela lembra-se de você também, mas fazer o quê?<br /><br />A vida é muita corrida hoje em dia, e nenhum de vocês pode se dar ao luxo de dedicar (desperdiçar) tempo com um amigo, não é?</div> <div class="aut"><br /><br /><br /><div style="text-align: right; font-style: italic;">Tempo para um Amigo - Paulo Oliveira</div></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7018321378348804626.post-14599496563495222042008-07-25T09:05:00.000-03:002008-07-28T08:27:35.197-03:00Na Praça.<span style="color: rgb(255, 102, 102);font-size:130%;" >Esperança é a última que morre. Quem discorda?</span><br /><br /><br />Se encontraram em uma praça qualquer, casualmente, pouco mais de um ano depois do fim do relacionamento.<br /><div class="tex"><br />-Oi. – cumprimenta ela, sentando-se.<br /><br />-Oi.<br /><br />Foi um cumprimento frio, seco, sem qualquer emoção, olhar nos olhos ou aperto de mão. Seguiram-se dois minutos de silêncio até outra palavra sair de uma das bocas:<br /><br />- E aí? Tudo bem? – ele pergunta.<br /><br />-Tudo. E você?<br /><br />-Aham.<br /><br />Mais silêncio.<br /><br />-E aí? Você ainda ta com a...<br /><br />-Não, não. E você e o .....?<br /><br />-Não, também acabou.<br /><br />Uma bela garota passa, ele presta bastante atenção em sua ‘passagem” .<br /><br />- Mas você não tem jeito mesmo, né?!?-resmunga ela, indignada.<br /><br />-O quê?!?<br /><br />-Mesmo o destino juntando, você faz o favor de separar, né?!?<br /><br />-Separar o quê?<br /><br />-Você acha que eu não vi como você olhou para aquela garota?<br /><br />-E o que é que tem? Eu não tenho mais nada com você...<br /><br />-Mas e quando tinha?<br /><br />-Peraí! Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa...<br /><br />-Ai, quer saber?!? Deixa pra lá, você não entende mesmo...-e ela se levanta e vai embora, desejando novamente que ele mude.<br /><br />-Entender o que?? Que garota maluca!! – e ele se levanta e vai embora, desejando novamente que ela mude...</div> <div class="aut"><br /><br /><br /><div style="text-align: right; font-style: italic;">Na Praça - Paulo Oliveira.</div></div>Papito Pindobahttp://www.blogger.com/profile/07812447338936685551noreply@blogger.com1